Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Começou como um diário de dieta hiperproteica... mas pediu mais: alimentação saudável, descobertas, explicações para aqueles que acham que comer bem é meio caminho para viver mais e melhor.
Há muita gente que me pergunta o porquê de uma dieta, que me desaconselha a seguir um padrão alimentar tão restrictivo e que diz que se me limitasse a fazer uma alimentação normal que emagreceria.
Mas não é bem assim:
Vou fazer uma pequena retrospectiva pessoal: há cerca de 8 anos atrás mudei para um estilo de vida bastante sedentário e, não bastasse não ter reduzido o que ingeria, ainda comecei a comer alimentos mais calóricos. E inevitavelmente engordei.
Para 1,62m chegar a pesar 65kg (acho que cheguei aos 67kg uns meses) já é indicador de Sobrepeso (IMC>24). Era algo que me fazia sentir mal e que todos os dias pensava mudar. Mas nunca passava daí: “pensar”. Até que há pouco tempo atrás resolvi deixar de ser passiva e decidir o que queria fazer com o meu corpo.
Comecei a praticar desporto: spinning, step, jogging (como exercício aeróbio), e GAP, pilates e yoga (como anaeróbio). Resultado? Odiava desporto, hoje em dia adoro.
Há cerca de um ano resolvi mudar os meus hábitos alimentares e ganhei (felizmente!) o gosto pela cozinha: no dia-a-dia cozinho pratos muito saudáveis e com sabor, que é bastante prazeroso!, como raramente fora de casa e evito produtos pré-fabricados .
Tudo isto revolucionou a minha vida! Com estas mudanças emagreci cerca de 5kg, tonifiquei bastante o meu corpo e comecei a sentir-me melhor comigo mesma. Já não era a mesma pessoa de há uns anos atrás.
Say no - Imagem retirada da Internet
Contudo isto não foi suficiente para atingir o peso que busco atingir. A prática de desporto que não seja num nível intenso não me vai fazer
emagrecer mais do que isto, nem comendo de forma saudável!
E porquê? Porque comer de forma saudável é isso mesmo: dar ao nosso organismo aquilo que ele necessita.
Logo, se ele tem aquilo que precisa porque é que há-de queimar as reservas que tem? E sem isso não se emagrece...
Então, para o conseguir é simples: há que criar um balance energético negativo – comer menos do que se gasta/gastar mais do que se come!
- Se eu gasto diariamente 1800kcal e ingiro 1800kcal «+1800-1800 = 0», dá um Balance Energético de Zero: não vou emagrecer, vou manter o meu peso.
- Se eu gasto 1800kcal e reduzir a ingestão de calorias para 1600kcal diárias «+1600-1800=-200» dá um Balance Energético Negativo: aí sim, crio uma privação e o meu organismo vai ter de mobilizar as reservas que tinha acumuladas. Todos aqueles adipócitos, as células que guardam as gotas de gordura, vão ser “chamados” a cedê-la.
É assim que se emagrece. Sem criar um Balance Energético Negativo ninguém, ninguém mesmo, emagrece. Por muito que queira acreditar em milagres, há que ser realistas.
E até quando fazer dieta? Até obter o peso desejado, claro. Mas, e a partir daí?!
Uma dieta equilibrada é para manter para a vida. É lógico que se voltar a comer como antes e não gastar essas calorias qualquer pessoa engordará. Mas também é lógico que comer como antes é errado e é para mudar.
Se sei que não gasto mais de 1800kcal não posso comer 2000kcal por dia!
Uma vez que tiver emagrecido deve-se voltar a comer de forma saudável, voltando a integrar todos os alimentos mas não ultrapassando as necessidades calóricas que se necessitam. E assim esse peso atingido será mantido.
Pode-se abusar, desde que nos dias seguintes se compense.
Compensação é a palavra de ordem, ou chamemos-lhe equilibrio, como qualquer outra coisa na vida!
Se não dormimos uma noite, no dia seguinte vamos ter de repor essas horas de sono. Se acumulámos trabalho durante a semana, quando o fim-de-semana chegar vamos ter de trabalhar e compensar o que não se fez nos últimos dias.
Se comemos um jantar muito calórico hoje amanhã temos de nos moderar para permitir que o corpo gaste o excesso do dia anterior.
Emotional Eating - Imagem retirada da Internet
Muitas vezes o problema reside na força de vontade para mudar e manter os hábitos. É que comer é um acto que nos dá prazer. Aliás, segundo a Teoria Psicanalítica, o prazer oral é o primeiro que experimentamos quando somos crianças e, tal como os outros, perpetua-se na vida adulta. Comer é um exemplo, tal como a sucção do mamilo, o beijo ou fumar.
Por isso desvincular-se afectivamente da comida, deixar de a ver como algo que nos faça sentir melhor emocionalmente mas sim como algo que vai nutrir o nosso corpo é do meu ponto de vista um grande passo.
Em época de muito trabalho fica tudo dificil de gerir! E não são só as actividades quotidianas, ou blogs - mas a dieta também!
A vontade, na escassa hora de almoço, é chegar a casa e comer coisas que não dêm trabalho nenhum a fazer.
Nestes dias há duas opções:
- deixar a maior parte preparada na véspera: com dois inconvenientes... há receitas em que isso não é possível (isto quando se quer seguir o livro da dieta à séria) e depois porque às vezes, depois de um dia cansativo a última coisa que me apetece é ficar na cozinha a pensar no dia de amanhã até altas horas da noite.
- a alternativa é fazer a minha refeição salvadora: grelhar carne/peixe e acompanhar com um mix de legumes.
Desde que vi os franceses comerem qualquer tipo de legumes a acompanhar fosse o que fosse fiquei inspirada! E hoje em dia prezo mais isso que arroz, batatas.... e fico-me por aqui que a minha relação com a massa é muito especial! :-)
Na verdade, com um fio de azeite, sal, alho e algumas ervas aromáticas dá pra fazer salteados óptimos e com imensa variedade! Ultimamente tenho usado também o molho soja pois é permitido nas dietas. Com um especial cuidado com o sal - hipertensos! - pois está presente em grande quantidade no molho. E além dos hipertensos... para o lado feminino o sal também é um inimigo da celulite e da retenção de água!
Curiosamente, ontem estive à conversa com uma investigadora da área de medicina-farmacologia e por um acaso fiquei a saber que o trabalho dela é na área da gluconeogénese (um mecanismo do nosso corpo para produzir glicose - o açúcar que usamos como energia) e ainda ficámos um tempo a discutir nutrição e a importância do índice glicémico - que é a base da dieta dos 31 dias!
Além disso alertou-me para os perigos das dietas hiperproteicas e da importância que os controlos têm: monitorizar a função renal é fundamental. Os aminoácidos, que constituem as proteínas, quando transformados pelo nosso corpo, dão origem a substâncias muito pesadas. Segundo ela, a mínima alteração que possamos ter - ainda que não dê sintomas numa situação normal - pode ser irreversivelmente alterada e causar-nos grande dano.
Os rins são um bem precioso, por isso todos se devem certificar que não há nenhum problema ao iniciar estas dietas.
Insuficência Renal, cálculos, malformações congénitas (rim em ferradura, rim pélvico..), glomerulonefrites... enfim, eu diria que qualquer um destes casos seria uma contra-indicação. Mas o melhor mesmo é consultar um médico ante essa suspeita. (ainda que aviso já: o mais provável é que a maioria contra-indique este tipo de dietas)
Eu já estou a planear as minhas análises! Sem me preocupar demasiado, mas porque prevenir é a base da nossa saúde.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.