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Porquê uma dieta?

por Perseide, em 28.06.12

Há muita gente que me pergunta o porquê de uma dieta, que me desaconselha a seguir um padrão alimentar tão restrictivo e que diz que se me limitasse a fazer uma alimentação normal que emagreceria.

Mas não é bem assim:

Vou fazer uma pequena retrospectiva pessoal: há cerca de 8 anos atrás mudei para um estilo de vida bastante sedentário e, não bastasse não ter reduzido o que ingeria, ainda comecei a comer alimentos mais calóricos. E inevitavelmente engordei.
Para 1,62m chegar a pesar 65kg (acho que cheguei aos 67kg uns meses) já é indicador de Sobrepeso (IMC>24). Era algo que me fazia sentir mal e que todos os dias pensava mudar. Mas nunca passava daí: “pensar”. Até que há pouco tempo atrás resolvi deixar de ser passiva e decidir o que queria fazer com o meu corpo.
Comecei a praticar desporto: spinning, step, jogging (como exercício aeróbio), e GAP, pilates e yoga (como anaeróbio). Resultado? Odiava desporto, hoje em dia adoro.
Há cerca de um ano resolvi mudar os meus hábitos alimentares e ganhei (felizmente!) o gosto pela cozinha: no dia-a-dia cozinho pratos muito saudáveis  e com sabor, que é bastante prazeroso!, como raramente fora de casa e evito produtos pré-fabricados .
Tudo isto revolucionou a minha vida! Com estas mudanças emagreci cerca de 5kg, tonifiquei bastante o meu corpo e comecei a sentir-me melhor comigo mesma. Já não era a mesma pessoa de há uns anos atrás.


Say no - Imagem retirada da Internet

Contudo isto não foi suficiente para atingir o peso que busco atingir. A prática de desporto que não seja num nível intenso não me vai fazer
emagrecer mais do que isto, nem comendo de forma saudável!
E porquê? Porque comer de forma saudável é isso mesmo: dar ao nosso organismo aquilo que ele necessita.
Logo, se ele tem aquilo que precisa porque é que há-de queimar as reservas que tem? E sem isso não se emagrece...

Então, para o conseguir é simples: há que criar um balance energético negativo – comer menos do que se gasta/gastar mais do que se come!
- Se eu gasto diariamente 1800kcal e ingiro 1800kcal «+1800-1800 = 0», dá um Balance Energético de Zero: não vou emagrecer, vou manter o meu peso.
- Se eu gasto 1800kcal e reduzir a ingestão de calorias para 1600kcal diárias «+1600-1800=-200» dá um Balance Energético Negativo: aí sim, crio uma privação e o meu organismo vai ter de mobilizar as reservas que tinha acumuladas. Todos aqueles adipócitos, as células que guardam as gotas de gordura, vão ser “chamados” a cedê-la.
É assim que se emagrece. Sem criar um Balance Energético Negativo ninguém, ninguém mesmo, emagrece. Por muito que queira acreditar em milagres, há que ser realistas.

E até quando fazer dieta? Até obter o peso desejado, claro. Mas, e a partir daí?!
Uma dieta equilibrada é para manter para a vida. É lógico que se voltar a comer como antes e não gastar essas calorias qualquer pessoa engordará. Mas também é lógico que comer como antes é errado e é para mudar.
Se sei que não gasto mais de 1800kcal não posso comer 2000kcal por dia!

Uma vez que tiver emagrecido deve-se voltar a comer de forma saudável, voltando a integrar todos os alimentos mas não ultrapassando as necessidades calóricas que se necessitam. E assim esse peso atingido será mantido.
Pode-se abusar, desde que nos dias seguintes se compense.

Compensação é a palavra de ordem, ou chamemos-lhe equilibrio, como qualquer outra coisa na vida!
Se não dormimos uma noite, no dia seguinte vamos ter de repor essas horas de sono. Se acumulámos trabalho durante a semana, quando o fim-de-semana chegar vamos ter de trabalhar e compensar o que não se fez nos últimos dias.
Se comemos um jantar muito calórico hoje amanhã temos de nos moderar para permitir que o corpo gaste o excesso do dia anterior.


Emotional Eating - Imagem retirada da Internet

Muitas vezes o problema reside na força de vontade para mudar e manter os hábitos. É que comer é um acto que nos dá prazer. Aliás, segundo a Teoria Psicanalítica, o prazer oral é o primeiro que experimentamos quando somos crianças e, tal como os outros, perpetua-se na vida adulta. Comer é um exemplo, tal como a sucção do mamilo, o beijo ou fumar. 
Por isso desvincular-se afectivamente da comida, deixar de a ver como algo que nos faça sentir melhor emocionalmente mas sim como algo que vai nutrir o nosso corpo é do meu ponto de vista um grande passo. 

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publicado às 18:26


2 comentários

De Pizza a 28.06.2012 às 20:45

TUDO o que escreveste aqui é verdade.
Mas às vezes o nosso incosciente é muito importante neste processo. Eu acho que a palavra dieta vem associada a tantos extras (privação, fome, alface, sofrimento) que pode muito bem ser evitada! Uma vida saudável não tem que ser vivida em dieta, mesmo se o objectivo ainda for perder peso!
O equilíbrio pode começar antes da manutenção! E às vezes essa é a chave para o sucesso.. a fórmula mágica para não se perder tudo o q se conquistou quando atingimos finalmente o objectivo pretendido!

beijinhos

De Perseide a 28.06.2012 às 20:57

Essa da privação-fome-alface-sofrimento associado a "dieta" fez-me mesmo rir! :-)
É verdade. É uma palavra - e uma fase - nada boa de se passar.
Mas sinceramente esta dieta custou muito, muito, muitissimo menos a passar do que eu esperava. E como já disse antes, a única vez que senti fome foi o primeiro dia. Só é chato fazer os lanches.
Mas nenhuma dieta pode ser prolongada muito tempo, claro.. e há que pensar nas carências alimentares. Os hidratos de carbono são bastante importantes.
Aliás, as dietas hiperproteicas têm como um máximo de duração de 6 meses.
Também acho que há uma grande carga emocional e inconsciente em torno deste assunto... Cabe-nos então procurar esse equilibrio ! :-)

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