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Que é isso do IG e Hidratos de Carbono Complexos?

por Perseide, em 25.06.12

Ao iniciar uma dieta hiperproteica há algo que sai imediatamente do nosso dia-a-dia: hidratos de carbono.

No entanto, o nosso corpo está habituado a usá-los como a sua principal fonte de energia! O que acontece se o privarmos disso? Uma vez que só tem proteínas e lípidos disponíveis (=gorduras), vai ter de ir buscar os hidratos de carbono armazenados (=glícidos/açúcares)

Cada um destes três tipos de nutrientes (proteínas, glícidos e lípidos) é utilizado de forma diferente, mas todos eles convergem na mesma meta para nos fornecer energia.

Mas, e porque um bom começo se faz pelo princípio (fora a redundância) antes de chegar a uma situação de privação, o que acontece quando ingerimos Hidratos de Carbono? Ou seja, ante uma refeição considerada normal:
Quando os ingerimos, os hidratos de carbono são digeridos a moléculas muito pequeninas, os “açúcares”. Talvez os nomes monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos lhes soem. É a mesma coisa: todos eles representam açúcares mais ou menos complexos.

Já todos fizemos análises em jejum à glicemia para ver os seus níveis sanguíneos. Pois bem, a glicemia (ou “concentração de glicose no sangue”) é o resultado da transformação dos hidratos de carbono em glicose – um açúcar que as nossas células vão utilizar para desempenhar as suas funções. Embora possamos fazer uso da energia que as proteínas e os lípidos têm, a glicose dos hidratos de carbono é a maneira mais eficiente que o nosso corpo tem. (Há uma razão para os pratos de massa que os atletas consomem antes da provas!)
E por esta razão é que fazemos análises em jejum: depois de comer, começamos a transformar os hidratos de carbono ingeridos e a glicose sobe para valores muito mais altos que o normal (a glicose elevada é uma das características da diabetes)

E o que acontece a essa glicose que está no sangue? Como é que ela chega ao interior das células para estas a utilizarem nas suas funções? Graças à insulina.
Insulina é uma hormona produzida no pâncreas que tem a função de captar essa glicose  (açúcar) sanguínea para dentro das células.
Na Diabetes Tipo I  o pâncreas não secreta uma quantidade suficiente de insulina. Por isso não é captada e os valores sanguíneos aumentam muito.

Portanto, quando ingerimos hidratos de carbono, a glicemia aumenta. Como o nosso corpo detecta que há muita glicose no sangue, libera-se insulina que a vai armazenar – vai guardar esses açúcares.
Se os açúcares forem simples (“pequeninos” em termos de moléculas; exemplo, sacarose, o típico açúcar branco de mesa) chegam muito rapidamente à corrente sanguínea e são também retirados muito facilmente do sangue pela acção da insulina. Então a glicemia diminui rapidamente. A isto chama-se um “Pico de Glicemia”.
O que acontece então? O nosso cérebro detecta essa baixa de glicemia e dá ordens para que seja reposta – sentimos fome. E o que é que nós fazemos? Comemos, ainda que não precisemos de mais comida.
Por outro lado, se ingerirmos açúcares complexos (exemplo, aveia, cereais integrais), estes são retirados mais lentamente da corrente sanguínea. Deste modo, não ocorre aquela diminuição brusca da glicemia e sentimo-nos saciados durante mais tempo.
Por isso há que privilegiar a ingestão de hidratos de carbono complexos. Estamos a comer aquilo que gostamos mas de forma mais saudável.
Ou que é como quem diz: alimentos com baixo Índice Glicémico.
Esta é uma dica que costumo aconselhar a toda a gente, desde que tive a minha própria experiência pessoal:



(Imagem retirada da Internet)
Gráfico demonstrativo da variação de Glicemia ao longo do tempo, mediante a ingestão de um alimento com Alto Indice Glicémico versus um alimento com Baixo Índice Glicémico:

- A curva vermelha representa um alimento constituído por açúcares simples, por exemplo, o açúcar de mesa, e que contém um Alto Índice Glicémico. Como vêem, a subida dos níveis de açúcar no sangue - glicemia - é muito rápida. Em pouco mais de meia hora atinge o seu pico máximo, para rapidamente descer. Ao fim de duas horas os níveis de açúcar estão quase a zero. É aí que o nosso cérebro vai interpretar que temos fome, por assim dizer.
-A curva verde representa um alimento com um baixo Índice Glicémico. A subida dos níveis de açúcar no sangue é muito gradual, assim como o seu desaparecimento. Na verdade não forma nenhum pico nem há variações bruscas da glicose! No fim, os seus níveis permanencem assim durante mais tempo, o que nos dá uma sensação de saciedade prolongada.
 


Costumava comer cereais ao pequeno almoço (dos típicos que compramos em pacote: cheerios, corn-flakes, etc) ou torradas de pão branco. Mas cada vez que chegava a meio da manhã tinha sempre fome! E recorria obrigatoriamente aos meus pacotinhos de bolachas.
Desde que comecei a comer aveia ou pão integral de manhã noto que aguento muito melhor. Continuo a fazer lanches a meio da manhã quando acordo mais cedo, e quando o desgaste é maior, mas muitas vezes chego ao meio-dia sem sentir fome. Noto perfeitamente a diferença! 

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publicado às 12:30


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